Viajem pelos bálticos no século XXI - parte 2/2

Este é o segundo post sobre a minha viagem pelos bálticos. Se não leste o primeiro, segue este link.

Viajar em 2015 é muito fácil. Durante este mês não me senti longe de casa , tal como em viagens anteriores. Talvez esteja mais velho, ou talvez seja a facilidade de acesso à Internet. Uso o GPS e não preciso de pedir indicações; o TripAdvisor diz-me os melhores locais em qualquer país e cidade; e até há aplicações que nos mostram os transportes entre 2 pontos no mapa europeu (sejam eles quais forem). As chamadas para Portugal são baratas e, pelo Facebook, podemos falar com a família e amigos, e ainda ver o que se passa no nosso país. Em nada é diferente do que se estivesse em Portugal, excepto estas línguas esquisitas que as pessoas falam.

Mas a internet traz um problema, pelo menos eu assim o acho. Numa época em que todos partilhamos as nossas experiências de viagem e sabemos quais são os melhores "spots" em qualquer cidade, acabamos por visitar todos as mesmas coisas. Durante esta viagem, foram dezenas as pessoas que encontrei que faziam a mesma rota pelos Bálticos - Vilnius, Riga e Tallinn. Como tornar uma experiência destas única?

Comitiva portuguesa em Riga, Letónia.
Chegados a Riga, despedimo-nos do terceiro elemento da nossa comitiva portuguesa. Ele não gosta de ouvir estas palavras, mas a má hora ele nos deixou, porque logo começaram grandes festas nas próximas 2 cidades - em Riga apanhamos o festival de verão, e em Tallinn as comemorações da restauração da independência.

Mas, dizia, como tornar uma viagem única quando todos parecem visitar as mesmas coisas? Uma das maneiras é estender o tempo de viagem (para quem pode). Ficámos 1 semana em Riga, uma cidade pequena, o que parece muito tempo. Mas isso permitiu-nos visitar a cidade (e arredores) com calma, e estar atento a pormenores que passam despercebidos ao turista comum. Fazemos free-tours, visitamos museus, subimos a torres, aproveitamos o festival de verão, deambulamos pela cidade como se fossemos locais, vamos à praia e até visitamos o jardim zoológico.
Arquitectura soviética. Em tempos, já foi o maior edifício de Riga, Letónia.
Vista de Riga, Letónia. Temos à frente o mercado e atrás a cidade velha.
Igreja ortodoxa em Riga, Letónia.
Riga é uma cidade muito verde. Os parques rodeiam o centro histórico da cidade.
O mercado de Riga é gigante e muito popular. Mais pessoas fazem aqui as compras que em supermercados.
Praia em Jurmala, perto de Riga.
Jardim Zoológico de Riga, Letónia.
Jardim Zoológico de Riga, Letónia.
Jardim Zoológico de Riga, Letónia.
Da esquerda para a direita: o Coelho, o Macaco e a Girafa. Jardim Zoológico de Riga, Letónia.
Já no post anterior tinha falado dos portugueses que encontramos em viagem. É incrível ver, que mesmo poucos, estamos espalhados por todo o lado. Há uma conexão rápida entre falantes de português. Há até quem nos ofereça um pequeno-almoço no buffet do hotel. Para nos convencer dizem que "está pago", e nós aceitamos.

Como, ainda em Riga, e em diante, somos 2, tendemos a conhecer mais pessoas. A maior parte também viaja sozinha ou apenas com um amigo. É isso, também, que torna uma viagem única - conhecer pessoas. Sejam locais, sejam portugueses, sejam europeus ou de outra parte do mundo. Trocamos experiências, piadas, e quebramos maneiras de pensar. Aprendemos como é viver noutro país e dizemos quão bom é o nosso Portugal. 

Parnu, na Estónia. Entrámos nesta cidade ao engano, depois percebemos que nada se passa aqui.
Chegámos a Tallinn, depois de uma pequena passagem pela cidade de Parnu. Em Tallinn encontramos a cidade mais bonita desta viagem. O centro histórico é mais pequeno que Riga, mas mais bonito, mais verde, mais medieval. Fazemos o mesmo que na cidade anterior - ficamos uma semana, para fazer tudo, mas com calma. Abrimos também uma excepção no orçamento, e ficamos em 2 hosteis um pouco mais caros. Acabam por valer todos os euros investidos porque aqui temos, além de mais conforto, melhor ambiente. Conhecemos mais pessoas e até temos concertos, na sala, todos os dias. É uma festa.

É também em Tallinn que temos as melhores noites. Saímos com a malta dos hosteis, temos acesso às melhores discotecas dos Bálticos, e conhecemos Alemães, Checos, e Brasileiros.

Tallinn, Estónia.
Tallinn, Estónia.
Igreja ortodoxa em Tallinn, Estónia. Assistimos, por acaso, a uma "missa".
Tallinn, Estónia.
Tallinn, Estónia.
Posto médico numa antiga prisão em Tallinn, Estónia. Do lado de fora da prisão, há uma praia improvisada, com um pequeno bar. É aqui que passamos um bela tarde de "praia".
Eu e o Christian, um amigo Alemão.
Concerto no Hostel Euphoria. Tallinn, Estónia.
O que é viajar? Por um lado é conhecer a história destes países, o bom e o mau. É conhecer os seus pontos turísticos, os seus monumentos e as suas praias. É também alargar a zona de conforto, é quebrar com preconceitos, é desenrascar lá fora. É provar a comida (mesmo que seja má), é beber cerveja local (porque gostamos de beber), e é ouvir a língua e ver os costumes. É, principalmente, conhecer pessoas novas. É, para mim, viver como um local nesse país, mesmo que seja por 1 semana.

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